Nelson Évora teceu, esta sexta-feira, duras críticas à direção do Benfica pela naturalização do atleta cubano Pedro Pichardo, que, na sua opinião, não passa de um “ataque pessoal”.
Em entrevista concedida ao Jornal Sporting, o saltador português defende que a opção nasceu meramente de “questões clubísticas” motivadas pela sua transferência para Alvalade. A qual, garante, não contemplou qualquer “má intenção” da sua parte.
“Foi o próprio clube que foi negligente com a minha pessoa. Não sei porque é que deram a volta ao mundo para fazer esta borrada”, atirou Nelson Évora, que recorda o que outros atletas tiveram de passar para receber a nacionalidade portuguesa.
“Por interesses clubísticos fizeram-se coisas inacreditáveis. O Sporting é conhecido por dar a nacionalidade à Naide Gomes, que quase nasceu em Portugal, e ao Francis Obikwelu, que desertou aqui no Campeonato do Mundo de juniores”, referiu.
“Até serem portugueses passaram por um processo, perderam competições. Por isso, deixou-me um pouco indignado. Não só pelas madrugadas que perdi [para se naturalizar], mas também pelas pessoas que estão aqui há muitos anos a lutar pela nacionalidade e não conseguem”, acrescentou.
A terminar, o saltador assegurou que as críticas não estão motivadas pelo facto de Pedro Pichardo ter batido o recorde nacional, que, até há bem pouco tempo, lhe pertencia: “Os recordes nacionais não me dão nada, não me dão privilégio nenhum. A Federação paga-nos 35 euros por bater o recorde nacional. Não é por uma questão de dinheiro ou nada parecido. Eu, quando bato o recorde nacional, sinto o meu país e a minha pátria”.
Comentários recentes